Destilaria de Minas Gerais aponta os benefícios da mecanização da colheita

13/05/2015

 

Localizada em João Pinheiro, no Noroeste de Minas Gerais, a Destilaria Rio do Cachimbo extinguiu a queima da cana para a colheita, ao mecanizar todo o processo de obtenção da matéria-prima. 

As dificuldades iniciais da mecanização da lavoura, como queda de produtividade e redução da vida útil do canavial, foram superados e agora a unidade só colhe bons resultados. Em entrevista ao portal da Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais, o gerente administrativo da empresa, Daniel Fazanaro Cunha, explica que a produtividade na usina está sendo igualada ao sistema antigo de colheita. A Rio do Cachimbo investiu em três conjuntos de máquinas para a realização das operações de colheita.

Os maiores benefícios advindos do processo de mecanização da colheita, segundo Fazanaro, estão na indústria: a cana sem queima proporciona maior rendimento, segundo ele, citando a economia de recursos e de processos, principalmente no uso de antibióticos no combate a infecções, e a melhor fermentação alcoólica. Ele destaca outro ponto positivo na fábrica: a menor utilização da água, já que a cana não precisa mais ser lavada.

Na agrícola, Fazanaro ressalta como maior benefício a retenção da umidade do solo em função da palha e do aumento da matéria orgânica. “A percepção de melhoria do solo é imediata”, diz. No próximo ano, o gerente administrativo conta que a empresa começará a monitorar os ganhos obtidos com a maior presença de palha na lavoura, verificando inclusive se será possível economizar na aplicação de fertilizantes.

GANHO SOCIOAMBIENTAL

Para minimizar os impactos negativos da mecanização e obter os melhores resultados possíveis das máquinas, a Rio do Cachimbo precisou investir em capacitação dos trabalhadores para a operação das máquinas e dos tratores. Além disso, grande parte dos colaboradores que foram alocados para as oficinas de suporte às máquinas é oriunda do corte manual, o que aconteceu também depois de um trabalho de qualificação. “Isso propiciou um importante ganho social”, frisa Fazanaro.

A consolidação do processo de mecanização na Destilaria Rio do Cachimbo tem possibilitado um grande ganho do ponto de vista ambiental: o retorno dos animais às propriedades da empresa. Fazanaro conta que isso ocorreu de imediato, logo após a eliminação da queima. Segundo ele, a convivência com esses animais tem sido tranquila. Grande parte transita pelo canavial, mas se abriga nas florestas, que ocupam 50% da área de cana da usina. Entre os animais que passaram a frequentar os eitos dos canaviais da destilaria estão siriema, tatu, onça, antas, tamanduá bandeira, raposa, lobo-guará, veado campeiro, entre várias espécies de pássaros.

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Fonte: CanaOnline



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