Como deve ser o relacionamento das empresas com os funcionários nesse cenário de crise
O setor sucroenergético vem passando por uma intensa crise nos últimos anos. Desde 2008, 80 usinas foram fechadas no país e outras 67 estão em processo de recuperação judicial. E essa quebra das usinas afetou, ainda, a indústria de base. Juntas, essas empresas fecharam 2014 com uma dívida acumulada de mais de R$ 60 bilhões de reais.
Tudo isso tem gerado muitas demissões. Somente a cidade paulista de Sertãozinho, mais importante polo sucroenergético do Brasil, onde mais de 70% do Produto Interno Bruto (PIB) está ligado a cadeia produtiva de açúcar e etanol, perdeu, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), mais de 2200 postos de trabalho na indústria no último ano. Antes da crise, o número de funcionários ligados ao setor canavieiro na cidade era de 15 mil. Hoje, esse número não passa de nove mil.
Mesmo os que ainda estão empregados não podem respirar aliviados, pois a crise não acabou. Muitas empresas, em profundas dívidas, estão atrasando o pagamento dos salários e benefícios, afetando a vida dos trabalhadores que ficam sem saber informações sobre o futuro das companhias e dos próprios empregos.
Por conta dos salários atrasados, inclusive, os funcionários da metalúrgica Dedini S/A entraram em greve no início de maio, em Piracicaba, SP. Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do município, a empresa pagou apenas R$ 1 mil para cada um dos funcionários porque o restante do dinheiro foi bloqueado na Justiça para quitar dívidas.
Diálogo
Para a consultora, palestrante e conselheira de carreiras, Beatriz Rossi Resende de Oliveira, esse tipo de situação deve ser tratado com muito respeito, transparência e apoio mútuo. “Nesse cenário, é importante que haja um entendimento, envolvimento, compreensão e apoio mais efetivos dos colaboradores, não para entender sobre os salários atrasados, mas para ajudar a empresa a passar pela crise da melhor forma possível, ou com menos traumas”.
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Fonte: CanaOnline
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